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Wellida Cristina Pereira (Probec-FCS/UFG) apresenta trabalho de Iniciação científica: CATEGORIZANDO

Justificativa/ base teórica

Este projeto PROBEC faz parte do projeto de extensão “Oficinas de Políticas Públicas”, o qual se encontra articulado com um projeto de pesquisa guarda-chuva, “Qual a legitimidade política da política pública? - Uma análise política do problema da separação na política pública: O caso da atenção Básica à Saúde em Goiânia (projeto piloto)”. Este efetua uma avaliação política do gap existente entre elaboração e implementação da política de atenção básica á saúde, tendo Goiânia como caso piloto (SADDI, 2013) (SADDI, HARRIS et al., 2016). Conforme literatura de política pública e política de saúde verifica-se a necessidade de se efetuar análises políticas e de Ciências Sociais para se melhor compreender os processos das políticas públicas (SADDI, 2014). O projeto parte do pressuposto de que o relacionamento e comunicação com os atores de linha de frente (ou da ponta) mostra-se como condição essencial para o aprimoramento das políticas públicas. No que se refere à implementação, tem por fim verificar em que termos os principais atores envolvidos na implementação da política de atenção primária à saúde se identificam ou não com a política em questão. A pesquisa foi realizada em 12 postos de saúde básica em Goiânia, e obteve a autorização do Comitê de Ética em Pesquisas da UFG.

As atividades relativas ao PROBEC tiveram por fim organizar e tabular os dados extraídos dos questionários semiestruturados, aplicados junto aos atores de linha de frente envolvidos na implementação da política, bem como participar dos seminários e encontros do grupo e, em especial, do “Seminário Política de Atenção Primária à Saúde no Brasil e Espanha: Seminário Internacional e Oficina de Política”. Grande parte das atividades da bolsista PROBEC consistiu na categorização das respostas das perguntas abertas dos questionários, de forma a sistematizar as percepções dos atores sobre as problemáticas perguntadas, envolvendo estratégias de categorização e ranking.

Objetivos

Este trabalho tem como objetivo descrever as atividades realizadas pelo bolsista PROBEC no projeto de extensão “Oficinas de Políticas Públicas”, visando à disseminação do conhecimento científico adquirido e produzido no projeto. Objetiva-se, mais especificamente, e a título de exemplo, apresentar a forma como se deu a categorização e análise de uma das perguntas abertas dos questionários dos médicos, qual seja: “Sugira pelo menos quatro ações que deveriam ser desenvolvidas pelos gestores/elaboradores de forma a melhor atender a necessidade da população da ESF”.,

A questão aqui escolhida foi a mesma da apresentação na Oficina de Política Pública do “Política Pública de Atenção Primária à Saúde no Brasil e Espanha: Seminário Internacional, Oficina de Políticas Públicas & Exposição de Trabalhos em APS & SC”, dentro do Projeto de Extensão OFICINAS DE POLÍTICAS PÚBLICAS, realizado pelo Grupo de Pesquisa Política e Política Pública de Saúde (DGP/CNPQ) da Faculdade de Ciências Sociais - UFG, no dia 02 de Junho de 2016, no Auditório Lauro Vasconcelos da Faculdade de História, Campus II da UFG, Goiânia – Goiás.

Metodologia

Dentro do projeto guarda-chuva, foram realizadas entrevistas semiestruturadas junto aos atores de linha de frente da ESF quais sejam: usuários, gestores e equipe de saúde (médicos, enfermeiros e agentes comunitários de saúde). Os questionários foram divididos por blocos conforme barreiras e facilitadores para a implementação da política em questão: compreensão sobre o Saúde da Família, capacidade organizacional, interação da equipe, aproximação com o governo.

Tendo em vista a delimitação deste resumo expandido, utilizar-se-á uma das perguntas do questionário dos médicos, relacionadas ao bloco “aproximação com o governo”, a fim de apresentar a forma como se deu a categorização e análise de questões abertas dos questionários da pesquisa. Utilizar-se-á a questão V.8 do questionário dos médicos, isto é: “Sugira pelo menos quatro ações que deveriam ser desenvolvidas pelos gestores/elaboradores de forma a melhor atender a necessidade da população da ESF”.

O trabalho de organização dos dados foi efetuado mediante checagem da digitação, por meio da verificação de repetições e incoerências em relação ao tipo de dado (resposta) esperado(a). Tal passo foi realizado mediante supervisão da orientadora, envolvendo discussões com os demais do grupo.

Uma fez finalizada esta organização inicial, a categorização das perguntas abertas envolveu um processo de categorização e recategorização das respostas. A primeira categorização originou uma lista ampla de respostas, em que alguns dos termos utilizados pelos respondentes ou revelavam-se como sinônimos ou queriam expressar situações similares. De modo a melhor sintetizar os resultados, o segundo passo consistiu no agrupamento das respostas segundo “famílias” ou sentidos próximos, a fim de ser possível gerar uma categorização mais sintética.

Do total das 42 respostas dadas pelos 19 médicos; no primeiro agrupamento de respostas foram encontradas 21 respostas diferentes. Com a recategorização, foram redefinidos 5 códigos/temas para o agrupamento final dessas 21 questões diferentes. Os 5 códigos/temas são: a) Disponibilizar medicamentos/ Equipar farmácia, b) Disponibilizar materiais básicos/Melhorar estrutura física, c) Profissionais suficientes/Valorizar profissionais/Estabelecer diálogos, d) Promover a prevenção à saúde, e) Melhorar atendimento/Atender de modo satisfatório os pacientes. As respostas desta questão, após categorização e análise, foram utilizadas na construção do indicador VMU - Verbalização de medidas para melhorar atendimento do usuário.

Resultados e discussão

Na tabela a seguir pode-se verificar os códigos/temas que sugiram da pergunta relacionada às principais medidas que, segundo o médico, deveriam ser adotadas para melhor atender à população.

Foram entrevistados 19 médicos, e a questão pedia que fosse indicado no mínimo quatro ações que deveriam ser desenvolvidas pelos gestores/elaboradores de forma a melhor atender a necessidade da população da ESF. O número total de respostas dadas pelos médicos foi de 42 respostas, mesmo sendo o sistema de saúde brasileiro um alvo específico de reclamações – isto possivelmente deve-se ao fato do médico possuir agenda lotada, sendo o único médico na equipe, e por isto acaba sendo econômico em suas respostas ou reduzindo o número de respostas dentre as perguntas solicitadas;

De acordo com o ranking efetuado, em 1ª Lugar (12 respostas) encontra-se o quesito “Disponibilizar materiais básicos/Melhorar estrutura física”, respondido por 29% Médicos. Em 2ª Lugar tem-se “Profissionais suficientes/Valorizar profissionais/Estabelecer diálogos”, com 11 respostas ao todo, respondidas por 26% Médicos. Em 3ª Lugar, com 8 respostas e 19% Médicos, encontra-se a medida “Melhorar atendimento/Atender de modo satisfatório os pacientes”. Já em 4º Lugar, com 7 respostas e 17% Médicos, os médicos ressaltaram a necessidade de “Disponibilizar medicamentos/ Equipar farmácia”. Por fim, em 5º lugar, com 4 respostas e 10% médicos, encontra-se a necessidade de se adotar ações de “Prevenção/promoção à/da saúde”.

Conclusões

Ao agrupar as respostas nos códigos/temas observamos que os médicos priorizam como respostas problemáticas básicas ou essenciais para a implementação de uma política de saúde. Esta verbalização de medidas para melhorar atendimento do usuário, da perspectiva do médico, demostra que as intenções/interesses do médico da atenção básica distanciam-se, na prática médica, daquelas concernentes aos elaboradores e gestores da política pública. A verbalização do médico ressalta a necessidade de se aproximar a visão do elaborador (e do político) da realidade concreta da pratica médica na atenção básica à saúde.

Iniciação Científica inserida em projeto guarda-chuva (PNPD-CAPES de Fabiana C Saddi): Referência: SADDI, FabianaC.; HARRIS, Matthew J. et al. Qual a legitimidade política da política pública?: Uma análise política do problema da separação na política pública: O caso da atenção Básica à Saúde em Goiânia (projeto piloto). 2016. 2ª Edição. Goiânia: Projeto PNPD-CAPES, Universidade Federal de Goiás, Imperial College London. 46 p. Registrado sob o número 26584514.3.0000.5083 no Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Federal de Goiás (UFG).

Wellida Pereira - Bolsista Probec, Bacharelanda FCS/UFG

Fabiana Saddi (orientadora): Professora e pesquisadora PNPD-CAPES, FCS/UFG

Contato: fabianasaddi1@gmail.com

Slide da apresentação disponível em:


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